quarta-feira, 22 de julho de 2015

É preciso superar. Como se fosse urgente e preciso

Antes de mais nada, assistam a este video, mas sem preconceitos, por favor. Eu sou preto, mas não sou mau. Esse vídeo foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o objetivo do vídeo é  alertar as pessoas para o problema e incentivá-las a buscarem tratamento. Confira:


Na verdade nunca nem tive cachorro, só gatos. Milhares deles que deixavam na casa da minha mãe, onde eu morava enquanto minha avó era viva. Será que é por isso que eu não tinha depressão? Não, não, acho que não pela falta de cachorros ou presença dos gatos, talvez pela minha avó  com quem eu podia sempre conversar enquanto era viva, até o dia 07/03/2014 (vulgo ano passado)…

Bem, o que quero falar hoje é sobre a depressão que é uma tristeza extremamente forte, profunda e perene (muito legal eu relembrar sozinho das palavras que já aprendi e não usava há muito tempo, como PERENE, que significa algo muito duradouro, palavra que aprendi quando estudava na UFAM com meu professor predileto). Será que o fingolimode tá me ajudando nisso? Bem, minha médica Karoliny me explicou que memórias perdidas ele não recupera, só ajuda a não esquecer coisas mais recentes, então é possível que a memória relacionada a essa palavra ainda estivesse por aqui em algum lugar nesse cérebro esburacado que é o meu. Bem, como eu ia dizendo, depressão é uma tristeza muito forte e perene que sentimos por alguma razão. Algo assim, como senti quando perdi minha última namorada (não deixem a atual ler isso, pelo amor do amor - “Já era, Julio. Eu já li” - droga :T). 

Essa tristeza às vezes faz a gente até querer e/ou tentar se matar, quando chega ao estado grave. Lembrei agora do saudoso Rubem Alves falando que TODO MUNDO JÁ PENSOU EM SE MATAR, até ele próprio. Grande parte das vezes que tentei, assumo que foram meio como tentativas de chamar atenção, até por me sentir sempre muito abandonado pelo mundo. Teve até a vez, com minha antepenúltima namorada, que eu fiquei no chão com um monte de pílulas jogadas no chão ao meu lado como se eu tivesse tomado várias e estivesse lá caído quiçá morto, sendo que não tomei nem uma sequer, me fingindo de morto enquanto aguentava o riso. Na verdade eu até gosto de ser notado, às vezes. Pelo menos fiquei mais calmo ao saber disso que o Rubem Alves falou. Isso quer dizer que até você muito provavelmente já pensou em se matar, mesmo que não tenha esclerose múltipla.

Um dia fui incentivado a ler a bula do Betaferon, justamente o medicamento para EM que eu estava usando na época, e aí veio a surpresa: ele pode causar tendências suicidas e/ou depressão. Mas é claro que meramente o remédio não pode ser considerado o único grande causador das minhas incontáveis tentativas de me jogar na frente do primeiro caminhão ou ônibus que passasse pela minha frente, na avenida que fica perto da casa da minha mãe, onde eu morava. O estopim pra isso só pode ser alguma coisa externa, como namorad@ abandonando, próprios pais demonstrando que nos odeiam, o mundo ser de um jeito diferente do que deveria, por aí vai.

Tenho certeza de que muita gente deve pensar em se matar quando descobre que tem esclerose múltipla, por ser uma doença degenerativa e incurável (bem como quando são quaisquer outras doenças com essas características), mas no meu caso não foi nem por isso. Foi mais por outros motivos pessoais relacionados a brigas com minha mãe e um pouquinho pela separação já supracitada com minha última namorada. Quando minha amada avó faleceu, acho que por causa da promessa que fiz a ela no leito de morte e por não ter deixado de fazer de tudo e dar sempre o máximo possível de amor a ela, consegui superar a dor rapidamente, que hoje só é amor, especialmente quando vejo suas fotos e coisas dela que espalhei pela minha casa. 

Mas não era isso que eu ia falar, o que eu queria falar era que se sentir muito mal ao ter uma notícia dessas, como a descoberta de uma doença degenerativa e incurável  é até natural, mas o importante é superar tudo isso. Aproveitar tudo que a enfermidade ainda pode proporcionar de bom. E sim, tudo sempre tem um lado bom. TUDO. SEMPRE.

De qualquer forma, isso de “descobrir que não se é tão super heroi assim quanto se pensava outrora” é um baque para a maioria das pessoas que se julgava um. Eu, por exemplo, no ano que descobri a E.M. (em mim, ainda por cima), pensava “que estranho isso, não tenho doença nenhuma e nunca me acontece nada de errado ou muitoruim, será que eu nunca vou morrer? se morrer, do que então?”. Falando nisso, estamos (minha companheira e eu) pensando em criar um novo super-heroi. Um super-herói que não pára quieto. Mesmo com esclerose. Múltipla, ainda por cima: o super-ação

Ideias?

PS: Obrigado, professora Cláudia por me ajudar a lembrar o nome do cantor. Acho esse show que linkei muito legal. Me faz pensar que o Oswaldo Montenegro no show mudando de foco parece com meus textos e meu jeito de escrever.

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