Pois é, fiz o ENEM este ano e, pra variar, minha prova foi terrível. Bem, não é bem assim, explico a seguir:
Eu adoro fazer as provas do ENEM, sempre termino ela tendo aprendido alguma coisa nova e tudo mais, por isso mesmo gosto de fazê-la sempre que possível. Ano passado me inscrevi pra fazer a prova, mas no final acabei não fazendo a prova por ter chegado atrasado, graças ao trânsito formado no dia e eu não estar nem de carro na época.
E foi por isso que não fiz a prova ano passado: por causa do sol.
Este ano foi diferente: pela primeira vez na vida o ENEM calhou em ser próximo à casa que eu morava e tal, só que dessa vez eu simplesmente não consegui sequer ler a prova inteira. Por causa da esclerose múltipla? Provavelmente sim, mas com certeza mesmo não sei, não... Acontece que eu demoro muito tempo pra responder as questões, de modo que sempre fui o último a sair da sala, mas não este ano.
Na verdade minha pretensão principal era poder comprar fichas do Restaurante Universitário (RU), visto que agora não tenho mais dinheiro pra almoçar no shopping, nem moro mais perto de algum que tenha Subway ou coisas do tipo com coisas razoavelmente pagáveis sem emprego. Quanto a eu ganhar algum tipo de auxílio por ter Esclerose Múltipla, ainda não fiz isso e estou esperando minha médica sair de férias pra ver se ela pode me ajudar a respeito... Ah sim, eu tava falando do ENEM né? pois é, houve um tempo que eu era tão inteligente que passei até pra Psicologia na universidade federal do Amazonas (vulgo UFAM), sendo este um dos cursos mais concorridos nessa universidade. Este ano eu pensei em fazer pelas cotas, mas ainda não tenho certeza nem se já terei sido jubilado em psicologia quando começarem as inscrições pra quem passou em 2014... De qualquer modo, achei a prova bastante difícil, especialmente talvez por ter finalizado o Ensino Médio em 2003, se não me engano, mas mesmo assim nem acho que minha redação tenha sido tão ruim assim.
O pior mesmo foi não ter lido a prova inteira. Gosto de reler várias vezes as questões antes de dar uma resposta, até filosofo e crio teorias com relações às questões. No final acaba o tempo e eu não li nem metade da prova.
Mas na verdade, acho mesmo que o Rubem Alves é que tinha razão: o jeito mais justo de escolher quem deve passar no vestibular não tem nada a ver com uma prova que ensine as pessoas a se estressar desde crianças, mas sim por um mero sorteio. Sim, é melhor que pra passar em alguma coisa não seja necessário perder sua infância e adolescência deixando de fazer coisas próprias dessas idades como brincar. Se é pra se submeter a uma prova, provavelmente o melhor mesmo seja que as pessoas passem por mero sorteio. Assim todos terão chances iguais de verdade.
Entretanto, é claro que tem aquele lance de meritocracia, desse modo acho que é legal que todas as pessoas tenham um pouco de cultura antes de entrar na faculdade, mas tem muita coisa que acho razoavelmente desnecessária no Ensino Médio só pra passar no vestibular. Por exemplo: pra quê preciso saber do peso atômico do bário, pra quê saber os afluentes à esquerda do rio Amazonas? pra quê tantas outras coisas que não tem serventia nenhuma se não vai ser com o que vou trabalhar de fato? E se vou trabalhar com tal coisa, que eu estude sobre isso na universidade, ao invés de fazê-lo no ensino médio, eu hein?!
Seja você portador de esclerose múltipla ou não, uma coisa temos de admitir: depois de um estresse algo no corpo parece ficar muito errado, às vezes, essas mudanças são tão pequenas que nem damos a devida atenção.
O que acontece é que em um momento de raiva excessiva, há um aumento de radicais livres, moléculas que debilitam o sistema imunológico. Ou seja, o estresse faz com que o nosso corpo se desequilibre fazendo com que os sistemas do corpo fiquem desregulados; inclusive é muito comum observar como os batimentos cardíacos ficam acelerados, e para que normalize é preciso muito tempo de repouso para recuperar-se.
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Lembro de um tipo de palestra que talvez tenha assistido quando criança, ou pode ter sido alguém falando a respeito, em que diziam uma palavra que muito mais tarde ficou marcada pra mim: EUSTRESS. Isso provavelmente queria dizer que quem faz com que fiquemos estressados sejamos nós mesmos e de qualquer modo, faz todo sentido.
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Situações difíceis certamente virão, mas cabe a nós mantermos o controle, e fazer do momento de estresse, apenas mais um momento. Sabendo o mal que pode nos causar, devemos passar a evitar o estresse. Listo aqui quatro dicas (razoavelmente) boas para evitá-lo:
1. Durma
Resolver coisas de cabeça quente ou pensar em um momento de raiva não resolve nada, disso ninguém tem dúvidas. Mas, e quando estamos estressados?
Nesse caso o melhor a se fazer é tirar, pelo menos, um cochilo pra nos deixar revigorados. Até porque, além da função revigorante ele [o sono] assume diversas outras funções essenciais para o organismo, como prevenir a obesidade - produzindo a leptina durante a noite -, e combater à hipertensão.
Enquanto você dorme você armazena as atividades e problemas do dia para que eles se acomodem na sua memória. As associações que são feitas durante o sono permitem que você resolva as questões que te incomodaram durante o dia. Mesmo uma soneca de 10 minutos já reconfigura a atividade dos neurônios no seu cérebro, de modo que você pode tomar melhores decisões e reagir mais apropriadamente às coisas que te estressam.
2. Pense Positivo
As pessoas positivas não são imediatistas. Elas conseguem analisar uma situação e enxergar adiante. Ter um objetivo, faz com que o caminho seja suportável. Dessa forma, em uma briga o melhor a fazer é calar-se e analisar a situação, pensando em o que é o melhor a se fazer.
Não se permita ficar “ligado” o dia inteiro. Escolha alguns momentos específicos para relaxar, dar uma volta, fazer uma caminhada ou um alongamento, tomar uma água ou simplesmente respirar profundamente várias vezes, antes de voltar ao ritmo. Isso pode operar milagres num dia muito agitado.
4. Evite tarefas desnecessárias e estressantes:
Faça uma lista de tudo aquilo que precisa fazer, depois a reduza para as coisas realmente essenciais. Dentro delas, escolha apenas as três mais importantes e concentre-se nelas. Simplificar sua lista fará com você seja mais produtivo, se canse menos, se permitindo ser ainda mais criativo.
Sabe aquele ditado quem diz: “Rir é o melhor remédio”? Pois é, no universo científico isto faz todo o sentido. Isso porque o sorriso comprovadamente alivia tensões. Ah, não está acreditando? Vou explicar: quando sorrimos 17 músculos são relaxados, e o nosso cérebro libera um neurotransmissor chamado endorfina que é um analgésico natural, tira a dor e dá uma sensação de bem-estar, e dessa forma alivia tensões. Ao mesmo tempo, a pressão arterial abaixa e ocorre um aumento na oxigenação do sangue.
O riso também aumenta a produção e a atividade no organismo das células NK (do inglês, natural killers), responsáveis por destruir vírus e até tumores presentes no organismo. E mais: o sorriso vem sendo utilizado como recurso de humanização no cuidado de pacientes em hospitais do mundo todo. Então, desejo a todos vocês um dia tranquilo e de muita paz e tranquilidade.
Hoje, dia 22 de novembro, é dia internacional do livro e dia do músico. Tudo tem a ver comigo. Vou explicar a respeito de todas essas facetas que podem até me representar, de um jeito ou de outro.
Dia do livro: "Eita, eu nem sabia que existia essa palavra!"
Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer e até (re)criar mundos e ideias. E é por meio da leitura que desenvolvemos criatividade e adquirimos cultura, conhecimento e valores. Até mesmo em uma releitura somos capazes de nos surpreender com algum conhecimento novo que nos foi imperceptível, a princípio.
Na minha vida já li vários livros, extra-escolares, de assuntos diversos. Com essas leituras fui capaz de fortalecer conhecimentos que já tinha e adquirir novos que eu jamais imaginei que poderia ter. Entre os muitos livros que tenho, alguns foram realmente edificantes, como:
O Pequeno Príncipe (Antoine Saint-Exupéry)
1984 (George Orwell)
Revolução dos Bichos (George Orwell)
O Mundo de Sophia (Jostein Gaarder)
A Garota das Laranjas (Jostein Gaarder)
A Droga da Obediência (Pedro Bandeira)
Pimentas (Rubem Alves)
Quero agora fazer uma rápida indicação. Quem nunca leu O pequeno príncipe? leiam. Um dia minha mãe me falou que era um livro extraordinário, mas quando fui ler, não achei nada de mais. Muito mais tarde (vários anos depois), relendo, percebi quanta beleza há nele e pude, finalmente, compreender do que se tratava e o quanto há para aprender. E posso dizer com firmeza: Crianças, cuidado com os baobás. Reler livros não é perda de tempo. Pode até ser considerado um dos grandes prazeres que já tive. Não relemos um livro pra apostar a velocidade, mas pra descobrir coisas novas.
Porque a música traz a paz ou a paz traz a música...
Dia do Músico: "Lava os olhos meus" - Chico Buarque
Não é extraordinário como meras frases (ou partes) de músicas nos tocam e fazem refletir? Às vezes pelas letras, outras pela melodia, é como se a música acabasse sendo nossa psicóloga, "que nos entende e faz com que reflitamos sobre todas as coisas", ainda que nem conheçamos ou entendamos suas letras (quando há alguma). Não tem jeito. Música é um estado sublime da arte. Até se for funk ou sabe-se lá o que mais. Tudo tem alguma beleza que pode ser sublime aos nossos olhos ouvidos.
Então, para você que nos dá o que as vezes é nossa única companhia, que trabalha de sol a sol... ré a ré, dó a dó, e ainda assim precisa ouvir muito mi mi mi, como se música não fosse trabalho.
Parabéns! Parabéns a vocês músicos ou musicistas que são SIM artistas, que tem o dom de tocar instrumentos, compor melodias, harmonias e de fazer canções que durante toda a nossa vida serão muito importantes. E os músicos mais importantes pra mim são:
Chico Buarque
NOFX
Offspring
Blink 182
Dead Fish
Los Hermanos
Mamonas Assassinas
Tim Minchin
Xuxa
Genival Lacerda
Oswaldo Montenegro
E além de nos trazer alegrias, em alguns lugares existe uma coisa muito linda. Um tratamento com música, sim, estou falando da MUSICOTERAPIA. A Musicoterapia é uma forma de terapia alternativa que utiliza a música no tratamento de pessoas com problemas tanto de ordem física quanto emocional, mental, neurológica...
As pesquisas em relação ao poder exercido pela música começaram na década de 60, quando o médico e escritor inglês Oliver Sachs, começou a pesquisar o efeito da música em pacientes com a doença de Parkinson. A terapia da música pode ser utilizada no tratamento de dores, reabilitação de acidentes vasculares cerebrais (AVC), lesões traumáticas, na melhora da coordenação motora tanto de crianças, como jovens e idosos com deficiências neurológicas, com pessoas cegas ou surdas, doentes de Parkinson, mulheres grávidas, deficientes físicos, entre outros. A presença da música no dia-a-dia auxilia no desenvolvimento físico, pessoal, social, intelectual e emotivo, melhorando a qualidade de vida.
Há alguns dias, quando estava com minha namorada e uma amiga, ficamos lembrando de coisas que já fizemos ou eu já fiz, e quis compartilhar isso tudo.
Provavelmente eu publique sobre estes acontecimentos separadamente algum dia, mas pra não correr o risco de esquecer no final das contas, é melhor eu deixar as ideias que provavelmente me farão lembrar dos acontecimentos nos dias das postagens:
Essa música era o auge da época, época essa que não existia nem internet, quanto mais youtube ou p2p?!
1. O dia que liguei pra rádio;
Quando eu tinha mais ou menos 6 ou 7 anos de idade, eu gostava muito da música "Scatman John - pi pa pa para po", e um dia liguei pra rádio pra pedir essa música. Liguei uma vez e disseram pra eu esperar que iam colocar pra tocar - e haja espera. E mais espera. E mais espera. E nada. Até que eu resolvi ligar e falar toda a minha indignação a quem me atendesse. E foi o que fiz quando finalmente me atenderam. Falei que estava com muita raiva por ter pedido a música e não terem tocado, por mais que o programa já estivesse acabando. Quando me atenderam e ouviram minha ira, imediatamente colocaram pra tocar. Só depois disso soube que eu tinha falado no ar (ao vivo). Foi quando percebi, ainda criança, que expondo as pessoas, fica mais fácil atingir nossos objetivos.
2. Desespero da mamãe no pequeno avião pra Fernando de Noronha enquanto eu fazia acrobacias dentro dele;
Achei tão legal andar de avião que ficava pulando na cadeira feito um macaco e minha mãe desesperada, se desesperando cada vez mais. Eu percebia o desespero dela, mas eu achava tão divertido que era quase impossível não pular.
3. O tio mais divertido do mundo que todo domingo apostava corrida comigo na volta da missa;
Meu tio tinha Síndrome de Down e sempre brincava comigo de alguma forma, uma das coisas que ele sempre fazia era apostar corrida ao chegar à rua de casa, na volta de toda missa de domingo, antes ele sempre ganhava de mim, mas confome fui crescendo, vi que eu conseguiria ganhar dele, ainda assim eu deixava ele ganhar (verdade! eu que deixava sim!).
Sério, ele foi a pessoa mais divertida que conheci, como a mãe dele (minha avó), a mais inteligente de todas (já já falo a respeito - item 8).
4. Quando parei a escada rolante do Amazonas Shopping;
Todo adolescente tem uma mania, a minha mania de adolescente era envergonhar quem andava comigo, principalmente amigos, pois nunca me importei com a opinião das outras pessoas. Teve o caso de eu com gorro de papai noel dando feliz natal de dentro do carro para as outras pessoas (o fato de não estar na época do natal não vem ao caso), me jogar no chão do shopping, parar a escada rolante do mesmo shopping e muito mais (não importa se o shopping era o mais frequentado da cidade na época). Nessa de parar a escada rolante o meu tênis - all star - rasgou, meu tênis tão novinho [carinha de quem quer chorar]...
5. Alter Ego; O que falar dessa época que durou razoavelmente pouco, mas estará pra sempre em minhas lembranças, seja pelos amigos, fãs, namorada, ensaios, shows... Lembro de uma vez que fui tocar num lugar que se chama "Aomirante Bar" e o palco era terrível, balançava demais, e a banda acabou tendo de decidir: se segurar ou segurar os instrumentos? A escolha foi difícil, porque éramos uma banda de rock com vários integrantes, e segurar a onda na hora da empolgação do show era meio complicado.
PS: na verdade nem me lembro mais bem disso tendo acontecido, mas acho muito plausível, uma amiga minha que estava lá que me contou :X desculpa, tenho esclerose; múltipla, ainda por cima.
6. Cai mas me levantaram;
Sempre gostei de ir a shows de bandas de rock, afinal minhas bandas favoritas eram/são NOFX, Offspring, Dead Fish, Dance of Days, et. al. Em um desses shows que eu geralmente ia, esse (provavelmente Dead Fish), no meio do pogo, acabei caindo. Nesse momento lembro de ter visto, do chão, minha ex-namorada rindo e gargalhando por isso, entretanto imediatamente me levantaram e voltei logo pra "dança".
7. Eu fui aprisionado em minha própria casa
Já passei por um montão de coisas que na hora foi desesperador, mas depois dei boas gargalhadas lembrando. Esse dia foi um deles. Eu resolvi tomar o banho mais bem tomado da minha vida para encontrar minha namorada (na época início de namoro queria ficar super arrumado pra ela), com isso acabei demorando muito no banheiro, e nesse ínterim minha mãe precisou sair pra algum lugar e sem saber me trancou no banheiro. Quando percebi que estava trancando já era tarde demais, ela não estava mais em casa e por mais que eu gritasse ninguém conseguiria me ouvir. Tentei ligar pra ela inúmeras vezes, todas sem sucesso, até que tive que chamar a polícia, vai que algum ladrão que tivesse me trancado lá, né?!
Depois de contato com o FBI, facebook e tudo o mais, a polícia finalmente chegou arrombou minha casa e abriu o banheiro. Em seguida chegou minha mãe que acabou contando que ela havia trancado o banheiro pensando que não havia ninguém lá dentro.
O pior de tudo é que a minha namorada nem foi lá em casa, ou seja, passei maior sufoco em vão. Depois disso nunca mais tentei fazer isso de banho demorado pra minha namorada.
8. A avó mais inteligente do mundo
Lembro que uma vez eu finalmente contei pra minha avó que era ateu e todos os meus motivos pra isso e, ao invés de tentar me evangelizar, ela respondeu uma das coisas mais inteligentes que já ouvi na vida: "meu filho, não importa se Deus existe ou não, o importante mesmo é o bem que ele faz na vida das pessoas". Isso sim, esclerose nenhuma nem nada será capaz de me fazer esquecer.
9. Pensando no item anterior, minha namorada falou uma coisa inteligentíssima também: "as pessoas não precisam ser evangelizadas, só precisam ter e dar exemplos de vida e bondade e de que no mundo ainda existem pessoas boas".
10. "Fazer o bem, não importa a quem"
Eu sempre gostei de interagir com pessoas aleatórias independente de classe social ou qualquer coisa do tipo. Ex1: eu gostava muito do atendimento de uma atendente (duh) do Giraffa's no shopping próximo de casa. Um dia ela foi demitida e escrevi uma carta pro gerente demonstrando toda minha indignação pela sua demissão. Graças a esta carta ela foi readmitida imediatamente. Atualmente ela continua trabalhando no Giraffa's, mas em outro shopping.
Ex2: Eu queria fazer a última boa-ação nos últimos minutos dos meus 26 anos e, ao encontrar um catador de lixo em busca de alimento, deu meu milk-shake que tinha pouco mais da metade do copo grande (acho que de 700 ml).
Ex3: Ainda nessa de fazer algo pelos outros, sempre eu ganhava cookies no subway respondendo a pesquisas, resolvi um dia responder as pesquisas, pegar os cookies e doá-los a quem encontrasse. As únicas pessoas que acabei encontrando nos entornos do shopping eram "moç@s" que trabalhavam na rua vendendo o corpo. Ver o sorriso del@s foi mesmo gratificante, até porque o sorriso recebido, em agradecimento a nós é sempre o mais bonito. Se tudo contagia, como ódio, preguiça, sono, por que não contagiar com coisas boas, como sorrisos e abraços?
Seguinte: quando eu era criança, tinha preconceito com pessoas negras, até que um dia eu me olhei no espelho e me dei conta: "eita, também sou preto! Por que eu acho que aquela menina é feia só por ter pele escura?". Bem, a resposta pra isso é: havia um garoto na minha turma de quinta ou sexta série que sempre fazia piadas e todo mundo gostava muito dele (toda turma de escola tem alguém assim)...
Certo dia, numa aula de inglês, o professor estava ensinando o uso de "isn't it?" em perguntas, do tipo "né?". Ele deu o exemplo: "se eu for falar 'Cleia [uma menina da turma que esqueci o nome e tô usando só por eu lembrar mais da situação que do nome dela] é bonita, NÉ'?". Imediatamente o engraçadinho lá respondeu "né não" e a sala inteira riu muito. Naquele momento eu meio que "me dei conta" de que ser uma menina preta era sinônimo de menina feia, e este meu preconceito permaneceu por muitos anos, até que conheci uma outra menina de pele escura (a Ana) no mIRC e um dia a conheci pessoalmente e depois de tê-la conhecido fiz uma das coisas que mais me envergonho de falar a respeito até hoje: depois do encontro, numa ligação ela me perguntou "e aí? me achou muito feia?" e eu cometi a heresia de falar "só um pouco", meramente por causa do preconceito que tinha pela cor de pele dela afinal eu imaginava que uma mulher só poderia ser bonita se fosse branca.
Não me lembro exatamente de tudo que houve desde então, mas acho que ela deve ter ficado (com razão) magoada com meu comentário. Não tenho culpa, não nasci pronto. Esta foi uma lição que aprendi e guardarei para o resto de minha vida. Não posso ter nenhum tipo de preconceito com as pessoas meramente por causa de aparências, tanto que minha namorada atual é negra e a considero linda, mais até que minha namorada anterior, que era branca (e não, não estou dizendo isso por ela estar ao meu lado enquanto escrevo).
Ah sim, ia esquecendo: um dia conheci um rapaz (branco) que depois de saber que eu era preto, disse que não podia ser meu amigo, afinal uma pessoa preta nunca seria capaz de ser inteligente. Espero muito que ninguém aqui concorde com ele.
Nesse dia da consciência negra, ou em qualquer outro dia -porque o importante mesmo é a conscientização e não a data (a data serve muito mais pra que as pessoas pensem a respeito dela) -, peço a você que está lendo este texto que se conscientize, seja você branco ou negro. É muito fácil dizer pra uma pessoa branca se conscientizar, mas as vezes a pessoa mesmo negra acho que ser negro é algo horrível, digno de pena. Pra quem quer saber minha opinião sobre corpo perfeito e beleza, aí vai uma foto que representa o que pra mim é "o corpo perfeito":
Feliz dia da consciência negra pra você, branco, preto, homem, mulher, héter@, homo, tanto faz: pra você capaz de ver como o mundo pode ser um lugar melhor sem preconceitos de quaisquer espécies.
Bem, alguns de meus amigos mais íntimos devem saber que em meu último relacionamento, a namorada da época (Fernanda) aparentava me amar muito e tudo o mais, porém eu não lembro o quanto correspondia a esse afeto, apesar de achar que era carinhoso com ela na maior parte do tempo, até porque uma das coisas que mais gosto e sempre gostei na vida é trocar carinhos com pessoas que pareçam ficar felizes com isso...
Entretanto, provavelmente por falta de escrúpulos ou sei lá o quê (suponho que só por ter esse amor tão latente em mim para compartilhar), traí Fernanda... Uma traição minha foi descoberta por Fernanda e, por ser uma relação de muitos anos, sofri muito beirando a uma depressão quando ela descobriu (lendo conversas minhas com Karina, já que eu confiava muito em Fernanda a ponto de nem imaginar que ela seria capaz de "invadir minha privacidade" quando eu estivesse fora de casa e deixasse meu facebook logado). Pois bem, quando cheguei em casa no fatídico dia, fui surpreendido com o ódio da minha amada, que garantiu de antemão que nunca mais teria nada comigo (e olha que eu até paguei uma viagem pra ela a Gramado - a cidade mais linda que já fui na vida).
Claro que garanti a ela que essa foi uma única vez com uma única pessoa e que tudo que aconteceu entre eu e Karina foram uns meros beijos (essa parte foi verdade), mas nada disso tudo deu jeito. Perdi Fernanda para sempre mesmo, por mais que eu tentasse ao menos ser amigo dela.
Um "problema" é eu ter mentido ao dizer que a única traição foi com Karina. A parte de eu nunca ter feito nada além disso, não tenho certeza, até porque tenho esclerose (múltipla, ainda por cima) e por isso não lembro mesmo de quantas vezes transei com qualquer uma fora minhas namoradas e affairs, antes daquele momento.
Sim, fiquei desolado com a descoberta de Fernanda com relação a Karina e os poucos beijos que trocamos (mais que isso, com o fato de eu nunca sequer ter cometido alguma traição que fosse além dos meros beijos). Mas enfim, deixemos Fernanda pra lá, por hora. Acontece que nessa história toda, havia uma Jaqueline que não entrou nessa história até o momento.
Jaqueline foi uma garota que conheci numa parada de ônibus da universidade e foi puxar assunto comigo e, como eu era meio safado, não me importava em trair, na época e assim deu-se o acontecimento. Fiquei com Jaqueline (nada além de beijos, mas mesmo assim não deixei de apalpar o que eu mais amo em toda as mulheres: peitos! :X ), mesmo estando no cinema.
A história com Jaqueline acabou por muito tempo tendo sido somente aquele filme no cinema. Mas Fernanda terminou comigo de vez e eu me vi sozinho de vez, a não ser por umas duas outras incógnitas, não tenho certeza de quantas, mas isso não importa muito agora.
A questão principal é: sou e sempre fui apaixonado por peitos e eu queria muito encontrar alguém pra alguma coisa séria, daí numa falha abençoada na minha esclerose múltipla, lembrei de Jaqueline e pensei "será que rolaria pra ela?" e chamei ela pela web, dizendo, exatamente, "quer namorar comigo?", assim, do nada mesmo, vai que rola né... E não é que ela aceitou sem nem pestanejar tanto?
Bem, foi um relacionamento que desde o início aconteceu baseado em uma traição minha a Fernanda, comJaqueline, mas estranhamente eu nem imaginava que o feitiço voltaria contra o feiticeiro. Mas voltou. Fui traído umas 3 vezes pela Jaqueline (só com beijos também, pelo menos[até onde eu saiba]). Nesses momentos pensei: "o que é um peido pra quem já tá cagado?" Eu sofri tanto quando perdi Fernandae pedi tanto perdão garantindo que não aconteceria novamente e tendo a certeza de que assim seria, qual seria o sentido de eu fazer o mesmo que houve comigo, com Jaqueline? Seria uma incongruência.
Bem, atualmente vivo com Jaqueline e somos felizes na grande maioria do tempo, a propósito, nos mudamos ontem pra minha casa nova, mas isso explico em outra postagem. Tudo que acontece de brigas são coisas simples, como ela ficando agoniada quando me pede pra fazer alguma coisa e não se lembra que tudo que demoro se dá em decorrência da esclerose múltipla que tenho. E, principalmente, aquilo que realmente mudou a minha vida completamente, no sentido ruim da coisa: maspoxavida, esqueci =/ foi mal, é que tenho esclerose :x
Como segunda postagem a respeito, vou dizer como findou (pelo menos até agora) meus dias lá na terapeuta 1:
Bem, não sei se falei na outra postagem, mas o jeito dela de agir conosco (e principalmente com minha namorada) foi extremamente ríspido, de modo que nos fazia sofrer, muito mais que se "terapizar".
Hoje foi a gota d'água final, estava eu e a minha namorada conversando no quarto sobre uma ideia que ela teve pra saber a quanto tempo eu já tenho EM, foi então que a dona da "clínica" entrou no quarto e começou a se meter na nossa conversa dizendo que não queria ouvir o que a Paula tinha a dizer porque ela queria uma teoria minha, só faltou arrastar a cara da Paula no chão, como ela já estava cansada de ser maltrata e humilhada calada, dessa vez ela não deixou e começou a rebater tudo o que a mulher dizia, até que a Graça nem sabia mais o que falar, começou a gaguejar. E aí ela falou que a Paula é uma pessoa orgulhosa e negativa e [indiretamente] que eu devia terminar com ela". Em decorrência de tudo, decidimos fugir (ainda que fosse à pé e mesmo que eventualmente tivéssemos a possibilidade de ocorrer coisas menores, como assalto, assassinato ou sei lá o quê).
No momento estou "escondido" e pensando no que fazer, visto que a minha casa foi apossada pela minha mãe e cedida pra outra pessoa.
No final das contas, na clínica descobri 2 coisas:
1. As aparências enganam, achei que a Graça era uma graça mas me enganei.
2. Lá aprendi que eu não preciso de tratamento pra "crescer na vida", eu preciso mesmo de liberdade pra mostrar o quanto eu já cresci.
Ps: cansei de ser o ratinho de laboratorio da naturalista com pós-doutorado em medicina empírica, na faculdade internacional Yahoo Answers.
Desde a descoberta de minha esclerose múltipla, minha mãe tem querido que eu fosse fazer um tratamento numa "clínica natural" em que ela já se tratou de uma doença que, segundo os médicos, na época, seria incurável sem cirurgia e ela se curou sem tê-la feito. Ela teve um pólipo na corda vocal e se tratou com compressas de barro sobre o local, dieta vegana e mais alguma coisa (provavelmente envolvendo orações).
Assim, fazer a terapia com o barro, comer a comida vegena e fazer as orações tudo bem - a situação é aceitável -, agora fazer a pipiterapia (ou urinoterapia) é uma coisa muito tensa, posso colocar aqui alguns motivos:
Vai um golinho aí?
1. Acho a urinoterapia algo nojento.
2. Faço um tratamento com a Vitamina D, no qual tomo colecalciferol em altas dosagens, e o excesso é excretado na urina (tanto é, que é essencial tomar 3 litros de água por dia pra evitar calcificação renal).
3. Nos rins, existem cerca de 1 a 4 milhões de néfrons, eles são os responsáveis por filtrar o sangue. Os néfrons filtram cerca de 1000 litros de sangue por dia. Note que se temos, em média, 5 litros de sangue e até 4 milhões de néfrons, isso significa que o sangue é filtrado muitas vezes, e dessa forma o corpo pode absorver nutrientes ou despreza-los, o que é absorvido ou desprezado depende da necessidade do nosso corpo. Na urina, é excretado tudo o que o corpo não precisa e se meu corpo diz que não quer mais porque não precisa, por que reingerir algo que o corpo está botando pra fora? Isso é anti-fisiológico.
4. Acho a urinoterapia algo nojento.
5. Meu corpo minhas regras. A regra é: meu xixi tem coisas desnecessárias pra mim porque tudo que tem nele eu já tenho o suficiente.
6. E se isso acabar me causando outra doença como grastrite ou até mesmo úlceras por causa do pH da urina?
7. Esse tratamento não é reconhecido pela Anvisa, e o órgão ainda não liberou porque provavelmente urina não deve ser lá a melhor coisa pra saúde, como dizem.
8. Acho a urinoterapia algo nojento.
9. Os argumentos que dão para fazer isso são muito superficiais e genéricos, sempre com "experimenta pra ver como vai dar certo e calar a boca dessas pessoas contra essa terapia milagrosa". Só de pensar nisso, já sinto sono.
10. Já falei que acho a urinoterapia nojenta?
A urinoterapia é baseada em uma cultura milenar oriental. Essa terapia só chegou ao Brasil através do livro "Cura-te a ti mesmo", nessa "terapia" as pessoas reingerem sua própria urina - na qual eles acreditam estar substâncias boas para o organismo, e por isso temos de ingeri-las novamente-, para que nada se perca e o corpo não seja prejudicado pela falta de substâncias. Eles acreditam também que a urina serve como uma vacina, ou seja, estimula o corpo a criar anticorpos para antígenos que possam vir a fazer algum mal.
É um absurdo pensar que o fruto da evolução de milhares de anos ou até mesmo fruto da criação de Deus seja algo tão mal feito a ponto de desprezar/excretar algo útil e benéfico pra ele.
Seja você simpatizante da urinoterapia ou não, em uma coisa temos de concordar: o nosso sangue contém muitas substâncias de que não necessitamos e algumas podem mesmo ser perigosas - água em excesso, sais minerais, células mortas ou alteradas e resíduos das atividades celulares. Por isso precisam ser eliminadas. O que fica é: até onde vai a coragem humana?
Parte 1: Hoje vou me internar na clínica naturalista que vai tentar me fazer beber meu próprio xixi, entre outras coisas...
[depois de escrever a primeira parte, já internado]
Parte 2: Bem, meu dia aqui teve diversas coisas que considero terríveis, outras nem tanto mas, por via das dúvidas, vou tentar contar na ordem cronológica:
A primeira coisa que fiz aqui no dia foi participar de (vulgo "assistir a ") uma corrente de oração, com a Graça, dona do lugar e amiga de minha mãe. É, sou ateu e nem devia fazer nada, mas por respeito fiquei la sem problemas, até achei meio legal a parte em que a Graça falou bem de mim por eu ter "inventado" um aparelho interessante com uns 12 anos ou menos... Depois começou o tal tratamento...
A primeira coisa que tive que fazer era justamente algo que eu recusei desde antes de vir, sabendo da possibilidade: sonda retal. Pra que isso? Sei lá, ninguém explica nada aqui. Ta, fiz. Não virei gay por causa disso e é bem vergonhoso falar a respeito mas, como costumo dizer (e agora faz mais sentido ainda), o quê que é um peido pra quem tá cagado?
A propósito, minha namorada, Paula, veio comigo pra que eu suportasse o que quer que houvesse, visto que eu não queria vir, desde o início...
A questão mais chata mesmo é que a dona daqui a tratou mal inúmeras vezes, como se fosse a dona que tivesse fazendo um favor por deixá-la vir, não a Paula que o tivesse, me convencendo a fazer tal coisa...
Em seguida fiquei de molho por duas horas numa banheira com água de morna pra quente (verdade seja dita, essa parte eu gostei, apesar da banheira ser muito pequena pra mim, que tive que me contorcer algumas vezes pra não ficar fora da água)
Depois tive que fazer um tratamento com compressa de barro na barriga, que devia ser na cabeça, mas pra isso eu precisaria estar com a cabeça raspada.
Como a minha mãe já fez esse tratamento quando estava doente há muitos anos, não estranhei. A parte chata é que ninguém explicou pra que serve isso. A parte mais chata ainda é que um dos tratamentos que fizeram em mim (não lembro mais qual deles) foi encontrado no yahoo answers. Isso fez com que o tratamento como um todo perdesse totalmente a credibilidade, pra mim.
Mesmo assim, reza a lenda que minha mãe se curou do pólipo na(s) corda(s) vocal(is) unicamente por causa deste tratamento, por mais que ela, como sempre, fizesse qualquer coisa que pudesse e inventassem pra resolver qualquer coisa (ou seja, deve ter tentado outras coisas também, o que deslegitima essa certeza)
Enfim, o tratamento com o barro não foi tão ruim no final das contas, assim como não sei ainda se trouxe (ou eventualmente trará) qualquer tipo de benefício em mim. Pra finalizar o dia aqui, houve um culto com um pastor. Confesso que achei bem legal, até, mas nada a ponto de me fazer abandonar minhas convicções "ateísticas".
Pra finalizar o dia, a janta foi uma sopa de alho sem sal nenhum + pedaços de alho... Alho é um problema quando se tem pressão naturalmente baixa, como eu, por baixar a pressão mais ainda, mas sobrevivi :D
Minha namorada mesmo passou mal com o excesso de alho :T
Minha impressão final do primeiro dia aqui é: minha avó não agüentou passar nem 3 dias aqui, pouco antes de morrer, mas nada me faz crer que teria sido diferente se ela tivesse continuado aqui, afinal outras pessoas morreram se tratando aqui, ou seja, o fato de minha mãe ter se curado ao se tratar aqui não faz dessa clínica, uma salvação certa pra todos os males do mundo. Mas não gosto de tomar decisões precipitadas. Vamos ver cenas dos próximos capítulos...
Ps: pelo menos não tive que beber minha própria urina (que era a promessa de um dos tratamentos, mas estudando um pouco, ficou claro que não fazia sentido nenhum, ja que não posso ingerir nada que contenha cálcio, e como o remédio que tomo tem, saí tudo na urina.
Há muito tempo tenho vontade de fazer uma campanha em prol dos pedestres e agora que o @TransitoManaus (twitter que dá dicas sobre o trânsito na cidade em que moro) começou a fazer campanhas a favor de um trânsito melhor, achei que era um bom momento para escrever algo a respeito.
Ultimamente resolvi ter um novo hobbie: atravessar na faixa de pedestres. Sem olhar para o lado. Supondo que os motoristas vão parar. Como é natural em outros países e cidades como Brasília e Gramado. A parte ruim é que eu moro em Manaus - AM.
Aqui não há respeito pelo pedestre (nem mesmo por outros condutores). De qualquer modo, sei que é direito meu e, claro, procuro evitar ruas em que os carros passam rápido, já que eu tenho o poder de escolha de ir de carro quando tenho vontade. Em ruas pouco movimentadas e lentas o risco é menor, mas não é nulo. Os motoristas sempre acham que tem o direito de passar e desviar quando eu estou na frente deles. Há quem chegue ao absurdo de buzinar e achar ruim. Como assim? Não é o pedestre quem tem preferência? Com o tempo fazendo isso, esse tipo de atitude começou a me irritar mais e mais. Lembro de uma vez, por exemplo, eu estava atravessando em uma faixa de pedestres DENTRO de um supermercado, e a condutora não quis parar. Atravessei na frente do carro mesmo assim e ela me atropelou buzinou, freiando bruscamente. Mostrei que estava andando sobre uma faixa de pedestres e ela me xingou, pouco depois os demais passageiros do carro também o fizeram.
Eu já fiz o teste: Parar em todas as faixas possíveis num caminho longo para qualquer lugar nunca me fez demorar sequer 5 minutos a mais, e se eu já estiver atrasado, que diferença faz 5 ou 2 minutos?
Uma coisa que me chateava quando estava dirigindo e parava na faixa eram os pedestres que agradeciam. Gente?! Não estava fazendo mais que a minha OBRIGAÇÃO! Isso tem que ser o natural de qualquer motorista. Agradecer fazia parecer que estava fazendo um favor ao seguir as leis de trânsito.
Algumas pessoas reclamam de quem atravessa em qualquer lugar, mas como um pedestre vai procurar uma faixa pra atravessar se ele sabe que nenhum condutor respeita? Ah, em alguns pontos existem as passarelas. Se você nunca veio a Manaus pode acreditar que isso é uma solução razoável, mas não é. Na maioria das passarelas (que são poucas) não há proteção contra chuva ou sol - e aqui qualquer segundo a mais no sol é um tormento - e o tempo que se gasta até chegar à passarela, subir, atravessar e descer não parece valer a pena pra quem está fritando ou se molhando. Se é tão difícil convencer um motorista, que está no seu ar condicionado, sentado e tranquilo a esperar poucos segundos para uma pessoa atravessar, como esperar que seja fácil convencer um pedestre suado e cansado a andar mais, subir e descer escadas, perdendo vários minutos a mais e sofrendo com o clima característico da nossa cidade?
Acabei encontrando um video (um pouco antigo) excelente do CQC falando sobre esse assunto, em que o Rafinha Bastos fez exatamente o que eu tenho feito, apresentando dados interessantes - e alarmantes. Assistam e repensem suas atitudes no trânsito:
Sabem, é muito esquisito isso de não lembrar de algumas coisas que a gente sabe que sabe. Por exemplo, num desses últimos dias tentei lembrar o nome de um filme olhando para o computador, sabendo que tenho a capa do dvd só em virar de costas, mas tentei me forçar a lembrar (ainda não consegui). Um exemplo muito prático disso e que todo mundo conhece e acredito que já fez é tentar lembrar de uma palavra que significa tal coisa e procurar no google (ou qualquer outra máquina de busca) pelo significado pra saber a palavra. Atualmente tenho tentado me forçar a não fazer isso pra buscar melhorar minha memória... Mas é muito difícil quando se tem esclerose (múltipla, ainda por cima).
Essa sensação me lembrou muito o vídeo do Porta dos fundos "como é que fala?"
Recebi essa matéria do UOL. Achei interessante o fato de poder colocar todas as músicas que eu, meus pais e meus amigos já ouviram em todas as nossas vidas em um único HD. Mas o que me chamou a atenção na história não foram os 5 terabytes de armazenamento que a Hitachi profetizou para seu "futuro top de linha" (que acabou nem sendo mesmo os cinco, se limitou a apenas um terabyte). O que chamou mesmo a atenção foi a declaração do presidente da empresa, Yoshihiro Shiroishi: “a capacidade total de armazenamento de dados do cérebro humano é estimada em 10 terabytes”.
Não sei qual o conhecimento dele em neurociência – o meu é pífio. Mas como já está virando tradição, vou me aventurar por mais um território inóspito. É a sina…
Soa-me esquisito falar em capacidade máxima de armazenamento do cérebro. Quem calcula isso? Como se calcula isso? Eu acho que o cérebro é imensurável… Até porque, ao contrário dos discos rígidos, não sabemos exatamente o que nossa cachola guarda. Enquanto as máquinas têm seus dados binários (01010101010101110001), nós temos memórias, pensamentos, sentimentos – não, eles não nascem no coração –, capacidades místicas, mágicas, sobrenaturais até.
O próprio cientificismo se depara com milagres, direto. Lembro de uma matéria sobre um rapaz americano cego que anda de bike, orientado por um sonar que ele próprio desenvolveu na cabeça – tipo os golfinhos e os morcegos. Coisa de louco sério. Veja o vídeo AQUI. Alguém sabia que este radar é uma capacidade inerente ao cérebro humano? Provavelmente não, mas é... Não vou ficar citando casos, mas têm vários cérebros que ultrapassam as barreiras da própria ciência. Se a ciência é humana e o homem transgride os limites do próprio homem, como podemos mensurar nossos limites? É uma pergunta cartesiana, retórica, mas não desprezível.
Concluindo: acho que a afirmação do seu Shiroishi ali é a típica aplicação publicitária vulgar da ciência. Ele só queria mostrar como o HD da Hitachi é poderoso, algo tipo: "tu tens muita coisa na cabeça né?! Pois é, meu HD também terá muita coisa armazenada". Tudo bem, mas acho que em um tempo como este em que vivemos, em que este tipo de pensamento pulverizou nossa capacidade de buscar a profundidade das coisas, vale a pena um pouquinho de contestação a la Descartes.
PS: se alguém aí conhecer algum neurocientista, por favor, pergunte a ele se esse negócio tem base mesmo.
Sim, adoro muito V de Vingança, provavelmente é meu filme predileto entre todos que já assisti, mas há muitas razões pra isso:
Eu assistia todas as noites, e depois de eu já saber todas as falas decoradas, acabei concluindo uma coisa muito interessante: quando assistimos um filme tanto que já sabemos exatamente todas as cenas e nada mais nos surpreende nele, ele vira como se fosse uma canção de ninar. O filme vai nos ninando, quase como se fosse um professor com a voz muito suave;
Tem uma conotação muito revolucionária, exatamente como eu gosto e como costumo ver que a vida pode/deveria ser;
Assisti junto a um grande amigo meu (Rafael) na época que graduávamos em ciência da computação na Universidade Federal do AMazonas, portanto, muitas vezes o filme me faz lembrar dele e das coisas que conversávamos.
Alguma vez, alguém ficou querendo que você se apressasse demais nas coisas? Você já se irritou com isso? ou pior, você costuma ser esta pessoa?
Bem, lembro que sempre fiquei meio angustiado com minha mãe, pai, namorada ou quem quer que fosse me apressando pra fazer todas as coisas. Mas note que apressar é diferente de pressionar a fazer algo: tenho a impressão de que teria sido mais proveitoso se eu fosse mais pressionado pelo meu orientador quando eu fazia mestrado, antes de ser jubilado (mas pode ser só impressão mesmo e ter acabado tudo igual de qualquer forma).
Na vida, quando alguém me apressa eu só me sinto o Coiote do desenho (pra quem não sabe, no desenho animado o coiote é um animal que, por mais que se esforce, é super lento):
Quando descobri que tenho Esclerose Múltipla e que, portanto, essa minha "preguiça" estava explicada, pensei que minha vida seria diferente, achei que finalmente tinha ganhado o direito de fazer as coisas respeitando o meu tempo. Isso de me pressionarem a ir mais rápido causa angústia, e não só a mim. E não é só por ter esclerose múltipla. Desespera (no sentido etimológico mesmo: me faz perder a esperança).
No final das contas, essa pressão me deixa um pouco confuso e, consequentemente, sempre essa pressa acaba me fazendo esquecer de algumas coisas, até porque o número de detalhes pra efetuar um objetivo sempre fica falho em alguma coisa, o que faz com que o problema para reclamarem vire meramente "você não faz nada direito".
Seria muito legal se já fosse sabida a causa da esclerose múltipla ou, ao menos, desde quando quem tem, tem. Eu gostaria imensamente de encabeçar uma pesquisa que levasse a uma resposta a essas perguntas. Ainda esta semana, vou procurar meu orientador do antigo mestrado inacabado, pra ver se ele me apoiaria nessa ideia. Acho bem difícil, pois ele não é da área de medicina, mas computação. Ainda assim, vai que, né...
Como já expliquei previamente, tenho esclerose múltipla e tal, mas como "tudo começou"?
Eu estava levando meu pai pra casa dele em outro município (da Região Metropolitana de Manaus) de carro, normalmente eu até que dirigia bem ou pelo menos sem dificuldade, mas nesse dia eu dirigi muito mal mesmo. Eu tinha dificuldade pra me manter na faixa correta, não conseguia direcionar o carro direito, aí o meu pai começou a gritar comigo dizendo que eu estava dirigindo pessimamente, mas eu não percebia nada disso, pra mim eu estava na faixa certa e o meu pai só estava querendo ser chato e pronto.
Um médico em Presidente Figueiredo (PF) pediu pra eu andar em linha reta e eu senti uma dificuldade imensa pra fazê-lo, e no final das contas nem consegui. Me sentia extremamente exausto e quando tentava fazer algo eu estava muito lento pra tal tarefa. Então, o médico de PF me disse pra ir a um neurologista, e só então seria devidamente avaliado.
E eu estava andando tipo assim, no começo parecia que seria tudo bem, mas no fim percebi que estava quase totalmente fora da linha verde. Eu que fiz o desenho... Gostaram?
Após ser examinado clinicamente, percebi que minha coordenação motora estava horrível mesmo, tanto que eu deveria ter feito sessões de Fisioterapia Motora, e nem conseguia mais tocar guitarra (e ainda não consigo direito). Não me sentia bem o suficiente pra dirigir, e o remédio que eu passei a administrar me causava mais sono, mais cansaço, mais tudo de ruim. Ou seja, ele não era o que eu podia considerar como um "incentivo" pra tornar às atividades de motorista.
Se as pessoas diziam que eu não fazia nada certo, porque continuar fazendo? Então eu tive uma epifania e decidi parar de dirigir (sem contar que, com tempo sobrando e o incentivo do governo para eu ter gratuidade no transporte público, era tudo mais simples fazer de ônibus). Consequentemente, parei de escrever no @postosmanaus, um pouco depois disso.
A título de curiosidade, o que é/foi o @postosmanaus:
Bem, era início da era áurea do twitter e aqui em Manaus foi criado o @transitomanaus, um serviço de utilidade pública em que os usuários da rede informavam onde havia trânsito lento ou livre, de modo a buscar melhorar a locomoção das pessoas. Eu, inclusive fui a uma ou duas reuniões no início do serviço, mas como acho que não cheguei a ser chamado oficialmente pra participar, larguei de mão. O fato é que numa dessas minhas epifanias acabei pensando "Por que não faço um serviço parecido pra saber onde há combustível mais barato?"
Enfim, o @postosmanaus deu muito certo e consegui em torno de 2 ou 3 mil seguidores lá, logo de início, pois sempre enviava qualquer informação de postos com gasolina mais barata. Como os dados que enviava eram confiáveis, em algum tempo cheguei a ter o ápice de estar em torno de 5 mil seguidores. Fui, inclusive, convidado a uma mesa redonda num Encontro de Twitteiros Culturais - ETC num shopping, aqui em Manaus. Nesse encontro, uma coisa que ficou um pouco marcada foi a questão sobre cartel de combustíveis que parecia claro e tudo o mais.
Com tudo o que houve, até a ANP (Agência Nacional de Petróleo) me convidou para um evento deles que houve em nossa cidade (e lá eu também fiz o mesmo tipo de questionamento). Em algum momento senti que os donos de postos tentaram me intimidar, mas não dei tanta importância a isso por isso agora morri#naopera. Enfim, há um ano, descobri que estava dirigindo de modo errado e após constatar minha esclerose múltipla, resolvi parar de dirigir de vez e, no início até continuava dando as informações de preços que eram enviadas ao serviço, mas com o tempo fui deixando isso mais de lado pra fazer outras coisas na minha vida.
Pra muita gente hoje é o dia da saudade, lembrar de pessoas que já partiram e que sentimos muita falta. Mas, pra mim hoje é como um dia qualquer, porque é impossível existir um só dia em que eu não sinta saudades da flor mais linda do meu jardim, e eu não podia deixar de fazer um texto sobre ela, minha avó, dona Tereza Oliveira da Silva e seu filho (meu tio) Ricardo Oliveira da Silva.
Fizeram o bem sem olhar a quem e alegraram a vida de muitas pessoas. Não são dois lindos?
Aquela senhora que todo mundo amava, que se dedicava integralmente a seu filho (portanto, meu tio) de criação, Ricardo Oliveira da Silva.
Foi ela quem mais me deu atenção e carinho na minha família, mesmo provavelmente tendo alguma predileção pelo Ricardo.
Ricardo tinha down, mas era uma pessoa feliz em pelo menos 99% do tempo, sempre brincava, principalmente comigo e tinha um claro amor pela mãe (minha vó). Se não fosse por ele, eu não teria um sentimento de amorosidade por qualquer pessoa com down, pois quando vejo alguém assim, sempre lembro dele x)
A questão principal é que, depois de adulto, ela era a única coisa que eu tinha comigo todo o tempo, principalmente quando eu me sentia sozinho, eu sempre acabava indo ao quarto dela pra ficarmos deitados juntos, eu amava tanto a companhia dela que mesmo sendo ateu eu ia à missa só pra passarmos mais tempo próximos. Eu sempre amei muito fazer carinhos na minha avó. Ela também era quem fazia tudo pra eu comer, mas isso não tem mais tanta importância, o que realmente faz falta na minha vida é tê-la pra abraçar e conversar quando precisasse.
Aliás, ela era mesmo uma pessoa perfeita pra conversar, porque sabia ouvir. Tinha opiniões e as expunha, mas não era bitolada, como outras pessoas que conheço e se julgam sempre donos de toda razão do mundo. E olha que ela tinha 83 anos! Com essa idade, muitas pessoas acham que sabem tudo sobre todas as coisas, mas não a minha avó. Ela nunca teve essa pretensão, mas de fato sabia. Era muito mais pra Sócrates que qualquer outra coisa. Ela foi, de fato, uma sábia.
Pena que há quem não saiba dar o devido crédito a ela. Mas, assim como o Ricardo, era muito difícil alguém que não gostasse dela ou mesmo que ela não gostasse. Tanto que ela foi roubada algumas vezes aqui em casa por pura ingenuidade.
O que mais me lembra minha avó mesmo é uma conversa que tive com ela sobre eu ser ateu:
Ela, sempre católica quase fervorosa, de ir todo domingo à missa, falou a frase que esclerose nenhuma vai tirar da minha cabeça: "Não importa se Deus existe ou não, o importante é o bem que ele faz às pessoas".
Quanto ao Ricardo, apesar de ser meu tio, pra mim era sempre um irmão que cuidava de mim, no início da minha vida, depois eu ajudava a cuidar dele. A morte dele abalou muito a família inteira, principalmente minha mãe, que passou a se rotular como ateia, tão logo que ele se foi. Ela dizia "ele era uma pessoa tão boa e especial pra todos. Como é possível que Deus tivesse permitido ou tirado a vida dele. E sim, sem o Ricardo, a família se desestruturou totalmente, mas principalmente por causa da minha avó que passou a ser muito triste boa parte do tempo.
Me perguntaram hoje se é bom sentir saudades se a gente sofre tanto com isso. Na minha opinião e na da raposa do pequeno príncipe não existe amor sem saudade, e existe algum sentimento mais importante que o amor? Por um parente, amigo, vizinho, enfim... são os momentos que passamos com as pessoas que fazem delas tão importantes, e se realmente for verdade que o presente não existe, nos resta viver com as lembranças de um passado bonito e a esperança de reencontros futuros.
Uma música que me lembra essa sensação de saudades, mais até que "Pedaço de Mim", de Chico Buarque, é "Sonhos", de Caetano Veloso, especialmente nos trechos:
"Vi a minha força amarrada no seu passo. Vi que sem você não há caminho, eu não me acho"
"Saudade até que é bom. É melhor que caminhar vazio"
Bom dia (pode ser tarde ou noite, mas gosto sempre de cumprimentar saudando as pessoas com "bom dia" até porque me faz ter a impressão de início de conversa e eu geralmente gosto de conversar), pena que de preferência por mídia digital #meprocesse
Bem, aqui começo um blog sobre minha vida, mas talvez até a sua possa me ajudar (mas espero que não), já explico no parágrafo seguinte:
Descobri em torno de outubro ou há 1 ano que tenho uma doença que eu nunca nem tinha ouvido falar até então e é considerada incurável até o momento: ESCLEROSE MÚLTIPLA [inserir gritos de filmes de terror do tipo AAAAAHHHHHHHHHHH!!! :OOO]
Até então eu nunca nem tinha ouvido falar da doença (como já devo ter falado antes, mas isso deve até explicar o nome do blog ter a ver com deja vu) e quando minha mãe disse que ela viu em algum programa de TV sobre a doença, ela achou os sintomas semelhantes ao que eu vinha passando: eventualmente eu andava de um jeito descompassado, às vezes até caía: assim, do nada...
Sim, tive uma sorte absurda: minha irmã é enfermeira, casada com um médico, com isso foi tudo muito mais fácil pra que eu descobrisse a doença e tudo o mais: acho que fiz uns exames de sangue, observaram meu jeito de andar (chamam de "marcha") e o Marcelo (meu cunhado) me passou um exame de líquor (um líquido retirado da espinha dorsal), depois disso me passaram uma ressonância de crânio (que faz um barulhinho bem angustiante, mas pelo menos não envolve agulhas - pelo menos até perceberem que é preciso ter mais precisão na visualização da imagem e pra isso injetam alguma coisa no meu sangue e, como num passe de mágica, fica tudo mais fácil de enxergar...
Vamos lá: descobri que tenho esclerose múltipla e que é uma doença incurável até o momento, mas o que se sabe sobre ela e o que não se sabe?
Bom, ninguém sabe de fato nenhuma causa real da doença, comprovada, apesar de um tal de dr Cícero Coimbra ter notado em estudos próprios que a baixa exposição ao sol (que permite a criação no corpo de uma coisa que convencionou-se chamar de "vitamina d", que na verdade é um hormônio), era algo em comum em grande parte das pessoas com esclerose múltipla, mas será mesmo que pode ter sido meramente a falta de sol a razão pra doença ocorrer? ora, sou formado em computação e, como qualquer pessoa que usa computadores, passo a maior parte do tempo trancafiado num quarto ou sala, sem exposição solar, mas e aí? Por que todas as pessoas do mundo com acesso frequente a computador não têm esclerose múltipla então? #perguntasemresposta1
Bem, sou uma pessoa muito cética, tanto que por mais que eu tente, nem em Deus consigo crer ou louvar, ainda que católico (essa história eu conto em outro momento)
E se eu acreditar nisso tão piamente que passe a maior parte do dia só pegando sol e acabar pegando um câncer de pele? #perguntasemresposta2
Agora preparem-se pra #perguntacomresposta1: se tudo tem pelo menos um lado bom, qual o lado bom em ter esclerose múltipla?
Vamos lá: cura de fato não há (pelo menos ainda não), mas existem alguns remédios que fazem a gente ficar melhor, conseguindo até reduzir o número de áreas inflamadas no cérebro ou coluna cervical e/ou torácica, e com eles haverem menos surtos da doença.
Mas o que quer dizer esse monte de coisas? assim: o cérebro tem uma coisa chamada mielina, que reveste o neurônio pra permitir a comunicação entre neurônios. Note que se a mielina não existe ou há algum tipo de falha, essas informações não chegam corretamente entre um neurônio e outro, precarizando a comunicação, sendo assim, as coisas que deveriam funcionar corretamente acabam com falhas, de modo que, como o cérebro faz praticamente tudo no corpo humano, se não houver essa comunicação corretamente, muita coisa ruim pode acontecer, até mesmo a falta de coordenação pra andar/dores muito fortes e tudo o mais...
Em meados de 2013, eu já vinha notando um cansaço extremo pra fazer qualquer coisa, o que deixava minha namorada da época muito irritada, como se fosse só preguiça e na verdade eu até eu imaginava que fosse isso mesmo. Eu não tinha vontade nem de tomar banho de cachoeira no sítio do meu pai. Aliás, em 2013 eu já não conseguia fazer mais nada do meu mestrado em informática que cursava, por isso fui jubilado, inclusive.
Com toda essa indisposição que sempre senti pra fazer quase qualquer coisa, me sentindo como se fosse um preguiçoso ou coisa do tipo, fui perdendo um pouco do gosto por viver e o remédio que eu usava tinha um problema: ele pode eventualmente causar ideias/tentativas suicidas (mas, convenhamos, como não ter essas tendências independente do remédio e da esclerose, mas sim por todos (todos MESMO) me tratarem como um doente mental, quando na verdade é só uma enfermidade neurológica?! (Explico em outro post).
Bem, há alguns meses, fui a São Paulo pra uma consulta com a equipe do dr. Cícero Coimbra, que começou a utilizar vitamina d como um método considerado eficaz no tratamento da esclerose múltipla e outras doenças autoimunitárias (aquelas em que o corpo da pessoa SE ataca como se fosse um invasor). Fazendo, aliás, como se fosse um suicídio mesmo, mas sem que a pessoa saiba do que está passando até que faça os exames necessários ou acabe definhando.
Mesmo passando a utilizar a "vitamina D" receitada em São Paulo, não parei de utilizar o Interferon. Abem da verdade não senti nenhuma melhora perceptível em nenhuma das coisas, mas a minha última ressonância (tirada antes da viagem) [pretendo postar imagens das ressonâncias que já fiz no futuro] demonstrou melhoras e menos inflamações que a anterior. Agora estou esperando minha médica receitar a nova ressonância pra saber se alguma das medicações (interferon ou vitamina D) realmente causou mais melhora que a outra. É o tipo de estudo que eu faria com muito gosto pra voltar ao mestrado, mas vamos ver o que será que será e o que virá.
Quanto a como me sinto atualmente, posso dizer que: consigo andar melhor, apesar de ainda sentir grande fadiga frequentemente ao fazer exercícios e tudo o mais (até mesmo em caminhadas razoavelmente longas). Um amigo meu, passou a vir aqui pra treinar comigo pra que eu não fique parado. Sinceramente, acho esses exercícios válidos, apesar de cansar muito, normalmente. Semana passada até consegui andar de bicicleta pela quadra. Tenho também lembrado que eu andava de skate há uns 10 anos ou sei lá quando e me dá uma leve saudade, mas sinto que não tenho condições de fazer isso novamente (pelo menos ainda não). De qualquer forma, ter esclerose foi e está sendo uma coisa que considero bem legal. Por exemplo: eu era como a maioria do país que só sabe reclamar de tudo, agora vejo que a saúde aqui é muito boa, afinal pagar 5 mil reais em remédios mensalmente pra mim não é tão simples assim: eu não teria esse dinheiro (até pq não me sinto bem o suficiente pra trabalhar ainda, mas quem sabe quando eu tentar).