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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Straight edge, curioso, esclerose, maconheiro ou primeiro de abril? façam suas apostas

Eu já contei alguma vez que fui expulso da casa da minha mãe? Enfim, meu primo que estava morando minha casa do viver melhor vivia dizendo que o apartamento aqui era horrível por ser cheio de drogados por todos os cantos, entre outras coisas. Até semana passada eu nem tinha visto nada acontecendo de tão explícito assim relacionado a drogas, por mais que eu saísse do apartamento no meio da madrugada à pé quase todos os dias. Já havia visto algumas pessoas que eu até suspeitava, mas teria sido preconceituoso eu julgar qualquer coisa, afinal eu só dava bom dia às pessoas que via de manhã e boa noite à noite.

Como não tenho a Paula comigo todas as noites pra transarmos até tarde, sempre que estou sem ela acordo cedíssimo pra ir à UFAM e fazer todas as coisas que surgem, sozinho. Como eu disse, quase toda noite que eu dormia sozinho aqui eu acordava muito cedo (umas 2h da manhã, pra sair em torno das 3, ou antes disso), mas mesmo assim não via nada de suspeito, até que dia 18/03/2015 (semana passada) ao me arrumar ouvi pessoas conversando do lado de fora da casa. Imaginei que fossem outras pessoas saindo cedo, por isso não estranhei. Me arrumei calmamente e em torno das 3h saí do apartamento e vi as pessoas conversando lá fora. Dei bom dia me preparando pra sair e puxaram assunto comigo. Achei bastante legal a situação pra uma madrugada, por isso fui bastante receptivo, afinal se moravam por aqui, não havia como serem pessoas más (acho todo mundo do VM muito legal, pelo menos a princípio). Enfim, findou-se que acabei convidando-as para entrarem em minha casa, na esperança de conquistar 3 novas amizades aqui no Viver Melhor. A questão é que em algum momento da conversa resolveram começar a fumar maconha. Eu nunca havia fumado maconha, mas tinha curiosidade, pensei logo que seria uma "boa oportunidade". Não exatamente pelo canabidiol em si, eu tinha curiosidade mesmo de saber quais seriam os efeitos que maconha me causariam desde quando experimentei cigarro.

Pois bem, o momento chegou e me ofereceram e depois de tantas vezes (como na época que tinha uma banda de rock, outros amigos que ofereciam e muito mais), finalmente aceitei experimentar a tal erva.


Acontece que não senti nada do que esse video sugere que eu devesse sentir, provavelmente. só fiquei me sentindo fraco e meio sem potência pra ir à universidade. Bastante sonolento, mais do que o normal. E olha que eu tenho Esclerose. Múltipla, ainda por cima.
Ah sim, já ouvi falar dessa tal de larica que é uma fome descomunal que dá quando as pessoas fumam maconha. Bem, devo ter sentido isso, mas é muito difícil afirmar se foi mesmo por causa da única tragada que dei, até porque meu normal é sentir muita fome o tempo todo mesmo.
Duas outras coisas notáveis que aconteceram foram: segundo as pessoas que estavam comigo, fiquei com os olhos vermelhos e pela primeira vez em muitos anos consegui cochilar por alguns segundos no ônibus. Mas ninguém me roubou nem nada. Até porque meio que já aprendi como me precaver desse tipo de coisas na maior parte das vezes (quanto a como andar de onibus da melhor forma possível, farei uma postagem a respeito em breve). Não ri à toa nem achei graça de nada.
A tontura que senti se assemelhou muito a quando, dias antes, tomei um pouco de cerveja. De modo geral, portanto, não senti nada de extraordinário, principalmente qualquer tipo de melhora clínica quanto à Esclerose Múltipla. Só acho que valeu à pena a experiência meramente pela experiência. Sábado um colega novo do Viver Melhor me falou que "os efeitos só aparecem mesmo" nas tentativas seguintes. Mas não faço questão de experimentar outras vezes. Minha "primeira vez" já foi sem graça o suficiente.

Mas existe um problema muito maior nisso tudo, que descobri a seguir: as outras pessoas envolvidas. Elas parecem muito legais no dia em que estamos com elas "na onda" e depois elas mudam.
Pois bem: ontem ao voltar pra casa, as duas meninas que estiveram aqui na fatídica noite, estavam batendo nas janelas e apavorando minha namorada com isso. Depois que cheguei em casa fui lá falar com elas em tom irritado e elas até pararam com isso, mas vai saber o que pode acontecer ainda com minha namorada quando ela estiver sozinha em casa. Isso me preocupou bastante. Sim, elas vieram aqui para me oferecer maconha novamente, como se eu tivesse virado um viciado automaticamente.
Não sei que relação a EM pode ter com isso mas não, eu não fiquei viciado em maconha só por ter tragado uma ou duas vezes. Assumo que até pensei algumas vezes em fumar novamente, mas foram só pensamentos passageiros mesmo. Depois dessa experiência traumática de minha noiva, voltei aos meus tempos de Straight edge (quando eu tinha banda, usava um X na mão pra indicar que não usava drogas).

Mas a questão que considero a mais importante mesmo desta experiência e que não vejo falarem muito nos comerciais contra drogas é: a questão das drogas é muito mais social que outra coisa. Pelo menos é o que tentaram comigo e muito provavelmente é como conquistam outras tantas pessoas. É preciso ser forte é preciso ter garra sempre. E a parte boa é que aprendi, com ajuda da Paula, a não mais deixar outras pessoas entrarem em casa depois das 20h e antes das 8h.

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