Páginas

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

EM Atividade [parte 2 de 4]: Imagens por Ressonância Magnética (IRM)

Oi, pessoas? Tudo bem com vocês?

Continuando a série de 4 textos sobre "Os quatro indicadores de atividade de Esclerose Múltipla". Hoje vou falar sobre aquele exame em que colocam um fone cheio de trecos enfiados nos nossos ouvidos, depois nos colocam dentro de um tubo e nos fazem perceber que o fone não impede tanto que o som chegue aos nossos ouvidos. É aquele exame que me fez pensar de forma equivocada "ufa! Pelo menos não vai ter agulhas"... Pois é, vou falar sobre a querida e amada Ressonância Magnética.

Atualmente, os critérios para diagnóstico de Esclerose Múltipla são muito bem definidos e tem como objetivo o diagnóstico precoce contando, para isso, primordialmente com a Ressonância Magnética.

Esses são os critérios, saibam mais entrando no link no fim da postagem.
A propósito, para ter informações suficientes e determinar os critérios para diagnóstico de EM, foi uma caminhada desde o ano de 1868, quando Charcot descreveu Esclerose Múltipla, até o ano de 1948, quando começaram a fazer ligações entre Esclerose Múltipla e problemas no Sistema imunológico. Mas os primeiros critérios para diagnóstico de EM foram criados apenas em 1968 por um comitê especializado reunido pela Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla dos Estados Unidos.

Esses critérios não incluíam exames de imagem, não contavam com a Ressonância Magnética. Por quê? Simples, porque a Ressonância Magnética foi inventada em 1981 e chutem com as imagens de quem? Pois é, de uma pessoa com Esclerose Múltipla (as imagens eram bem feias e demoravam muito pra ficarem prontas, mas já mostravam importância). Foi graças a esta invenção que aconteceu a revolução no diagnóstico de EM e foi estabelecido o conceito de Esclerose Múltipla como constantemente ativa e não reincidente como achavam que era.

Eu sou uma pessoa muito feliz pela existência da Ressonância Magnética, porque fui diagnosticado em 2013, não tinha tantas alterações físicas. Foi só depois de olhar a minha Ressonância Magnética que minha médica viu a árvore de natal que tinha no meu cérebro e as várias lesões na coluna torácica e cervical. Eu estava cheio de lesões, mas não aparentava nada além de um andar estranho e muita fadiga. Durante os 2 anos de tratamento continuei assim, não aparentando tanto clinicamente, mas minhas Ressonâncias Magnéticas ou mostravam lesões ativas ou mostravam que o meu cérebro estava atrofiando muito mais rápido que o padrão (o "padrão" é uma perda de volume de cerca de 0,1% a 0,3% ao ANO).

Lesões indicadas em Imagens por Ressonância Magnética (IRM)

As imagens por ressonância magnética são importantes para os neurologistas, já que este é o único método que permite observar a atividade da doença mesmo antes do aparecimento externo dos sintomas físicos. Essa técnica de imagem pode ser usada para olhar internamente em quase todas as partes do corpo – na esclerose múltipla, são usadas imagens do cérebro e da medula espinhal –, de forma parecida com que o raio-X permite que os médicos vejam fotografias dos ossos. No entanto, ao contrário dos raios-X, as IRMs utilizam um campo magnético forte para criar imagens detalhadas da quantidade de água nos tecidos – e áreas danificadas do cérebro, conhecidas como lesões cerebrais, se destacam porque têm mais água do que o tecido cerebral saudável.

Os átomos de hidrogênio estão presentes em todas as células do corpo humano, mas em maior quantidade nos tecidos moles, justamente porque eles contêm mais água. Por meio da ressonância, um campo magnético alinha os átomos de hidrogênio da parte a ser visualizada. Logo depois, esse estímulo de atração é desligado e os átomos voltam a seus lugares. Dependendo do tempo e da maneira como esses átomos de hidrogênio retornam a seu local de origem, o equipamento identifica se o órgão está normal ou não. Em inflamações e nas lesões causadas pela EM, por exemplo, os átomos de hidrogênio retornam com mais rapidez do que em tecidos sadios.

As IRMs são utilizadas tanto no diagnóstico da esclerose múltipla quanto no monitoramento de sua progressão. Os pesquisadores continuam buscando entender como os dados de ressonâncias magnéticas podem ser capazes de prever resultados físicos e cognitivos futuros (por exemplo, na memória, atenção ou concentração), imagina que coisa "punk" isso de poder prever os danos que a EM pode causar no nosso corpo...

Fonte: http://www.radicom.com.br/exames.htm
O procedimento da ressonância magnética é seguro e indolor (indolor dependendo do ponto de vista), apesar de ser um pouco desconfortável para quem sofre de claustrofobia. O equipamento de IRM é basicamente um grande tubo, aberto dos dois lados, no qual você se deita numa cama. Durante o escaneamento, o técnico de radiografia verá você num monitor e poderá falar com você. À medida que a corrente elétrica do equipamento liga e desliga, ocorrem ruídos altos e, por isso, é necessário usar fones ou protetores auriculares. O processo termina normalmente em um curto espaço de tempo (cerca de 30 minutos), mas geralmente como temos que fazer encéfalo, cervical e torácica, multiplique o tempo dado por três.

Para realizar esse exame não existe nenhuma preparação especial. Porém, você deve seguir rigorosamente as orientações dadas no momento da marcação do exame pois, em alguns casos, é necessário que se faça jejum ou apenas uma dieta “leve”. Certifique-se de que não possui nenhum metal em seu corpo, retire relógios, brincos, colares, correntes assim como qualquer objeto de metal do seu cabelo ou roupa. Poderá ser solicitado que você vista um roupão hospitalar. Permaneça tranqüilo e atenda todas as solicitações do tecnólogo responsável durante a realização do exame.

A Ressonância Magnética, mesmo nos confinando por infinitos minutos em um caixa magnética com um barulho ensurdecedor, é extremamente necessária (seja para diagnóstico ou acompanhamento). É através da Ressonância Magnética que podemos saber se existem lesões ativas, como nosso cérebro está e quão eficaz o tratamento que fazemos é. 

Beijos e até a próxima.

Referências: Novartis
                     EM para Leigos
                    Saúde EM movimento

Nenhum comentário:

Postar um comentário